Mundo Plausível

  ...Essa é para você que sempre duvidou da minha dor, que a chamou de drama. Como doía se eu era capaz de sorrir? Era assim que você duvidava e aos poucos me acabava. Que por conta disso, sentia -me louca e inferior a todos.   Não é para você. É para vocês. Todos que me julgavam e não pegaram na minha mão para me ajudar ou que me ignoraram e nem se preocuparam em dizer ao menos: "Vai dormir, Sara".   Que a minha apatia pela vida era acomodação. Entraram na minha vida e bagunçaram tudo, deixando os destroços para que eu arrumasse sozinha. Mas que quando precisavam sempre me procuravam e eu sempre estava por perto para ajuda-los, porém quando eu necessitava de algo, fugiam.   Que a necessidade que eu tinha de que me ouvissem apenas uma vez, era frescura. Que eu era preguiçosa por nunca querer sair da minha cama e do meu quarto escuro. Que eu era infantil por pedir por empatia. Que a minha morbidez era descontrole emocional.   Eu só quero ...

  Eu sei que a pauta sofrimento aqui tá prolongada. Mas eu me importo? Não, né A crise política brasileira tá grande? Tá. A crise econômica tá feia? Imagina só minha cara quando acordo. Eu tô em crise? Como jamais estive em minha vida.   Dói? Dói. Como eu faço pra parar? Não sei. Agora assim, serinho, povinho, não desmereça a minha dor e nem a dor de outrem com esse lenga-lenga de:   - Tem gente que passa por uma situação pior.   E daew? Eu vos pergunto. E niqui isso vai diminuir o pesar que eu sinto? Eu sei que a outra pessoa tá sofrendo. ok. Sei que é foda, mas, né, isso não faz com que eu me sinta melhor. Com licencinha

... O que peço todo dia: maturidade para lidar com a dor. Uma dor que me rasga todo dia e não desaparece. .... Paciência para lidar com qualquer frustração ou situações que exigem tal talento. Mas hoje eu sei que se vive um dia de cada vez. .... Que eu pare de chorar por qualquer coisa .... Que eu pare de reclamar tanto. Não parece, mas tô reclamando bem menos que antes. .... Que eu olhe pra mim e veja o quão maravilhosa eu sou e que eu não me troque por mais ninguém nesse mundo. ... Ter mais confiança em mim e em minhas habilidades. ... Parar de pensar que nunca sou boa o suficiente para algo ou alguém.

Tá tudo bem sim, galero  Se tá tudo bem? Tá não, mas eu me viro. Ter spotify free é uma vantagem nessa hora, porque eu tô lá, né, com aquela playlist da sofreguidão, mas aí do nada os comerciais começam e dão uma quebradinha no sofrimento.   Só repito várias vezes, em voz alta, no auge de uma pseudo esquizofrenia, que tudo vai ficar bem. Tudo vai se resolver.        Escolhi sofrer na vida desde o momento que escolhi ser flamenguista. Coração tem que estar acostumado com decepção já.     Vai ficar tudo bem...ou não...ou sim... vai ficar tudo bem vai ficar tudo bem vai ficar tudo bem vai ficar tudo bem quero ser um chihuahua 

Eu no dia do meu aniversário   Eu tenho noção de que sou lhoka, mas não o quão louca eu posso ser. Talvez, não louca. Talvez eu só sinta mais do que é para sentir (Beijos, síndrome de asperger). E sei que a dor pode aparecer quado menos se espera, mas sou descontroladíssima e passo vexame ao tentar controla-la.   Não que eu seja um fracasso de pessoa, quer dizer, não tanto. Entretanto, existem situações que eu olho para mim e me sinto um fiasco. Tipo hoje.   Fui esperar o ônibus e caí aos prantos ouvindo "ar luze tão piscano, o jukebox tocano, amado batista e o pau tá rolano. Ir trabalhar amanhã é o cacete. Hoje é só pinga, farra e foguete". Na margem do Rio Pietra eu sentei e chorei. Paulo Coelho sentiria orgulho. Chorei, pois lembranças. Infelizmente.    Meus olhos vermelhos e o desespero batendo porque, né, agradabilíssimo chorar assim com platéia. Não podia nem pegar o celular pra disfarçar o choro, fingindo atender uma ligação dramática:...