Pular para o conteúdo principal

Surto de uma puta, bêbada e pobre

  

 Cá estou eu derramando rios de lágrimas ao som de Fake Plastic Trees- Radiohead por ter perdido 500 fucking dilmetas do meu salário por um desconto injustíssimo.

   Mas sabe o que é lamentável? Nêgo perguntar sobre a minha situação e tirar piada em seguida. Gato, vc é sustentado pelos pais e já é pai de família e nem por isso fico soltando piada e nem mandando você tomar vergonha na cara porque, né, quem sou eu pra julgar que fuma e quem cheira (parafraseando a Patrícia). Se 500 reais não é nada para você, pra mim é porque significa passar fome o mês inteiro de forma injusta.


   Fora outro que me liga pra saber como eu estou por conta da minha gastrite nervosa e joga na minha cara:
- Também você não deve ser fácil, né? Nem deve ter tentado falar com a chefe pra avisar. Pára de se lamentar, são só 500 reais.


  Filho, cá entre nós, muito fácil falar isso quando é formado em medicina, tem duas farmácias e tira cerca de 35 a 40 mil por mês. E essa gracinha de pessoa ainda pergunta por que dou corte nele. Amo/sou cinismo e vida boa. Outra coisa, é feio ficar falando de coisa que você não sabe. Principalmente se eu fiz um comunicado antecipado, peguei assinatura para constar que tomou ciência do meu afastamento por motivos de CAPACITAÇÃO (isso mesmo, descontaram do meu salário porque quis ESTUDAR para atender meu público-alvo) já que não encontrei a chefe porque ela passou a semana inteira na capital e simplesmente não atendeu meu telefone. 

   Falar procês que esse meu choro todo não é só pela quantia descontada, mas também pela forma indigna que sou tratada pelos gestores, pela desvalorização, pouco caso do meu trabalho. Nem vou dizer mais nada, porque só irei falar dessa gestora quando eu pedir demissão daqui uns meses porque não sou obrigada a aturar esse tipo de gente.

   Que maravilha! Oh só como a vida muda: Não estou sofrendo por amor e sim por dinheiro. Mais uma certeza que pertenço à vida adulta agora. 
    
     Sim, sou uma porca capitalista com orgulho. Com escrúpulos, é válido ressaltar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Review: Don't Look Up! TEM SPOILER

 Bom dia, TELESPEQUITADOR.... minha nova invenção é fazer resenha dos filmes e séries que vejo. Então pq não começar com Don't Look Up? Tem spoiler? TEM SIM. Vem COMEEGO e confira após esse cartaz maravilhoso feito no universo twitter. O filme basicamente é baseado em fatos reais que acontecem no Brasil e por outros países. Só que no lugar do meteoro que é o alerta no filme, na vida real temos que lidar com a covid-19. Quem preside os EUA é o Bolsonaro de peruca e seu filho Carluxo. Tão peidados do juízo como os da vida real (que são tão bizarros que parecem ser personagens de ficção). A Jennifer Lawrance descobre um cometa, o Átila Iamarino (Leonardo diCaprio) faz os cálculos da velocidade dele e descobre que... TCHARAM... BERENICE, NÓS VAMOS BATER . O asteroide ou como Ariana Cabeção (fazendo o papel das nossas amadas influencers) fala no filme, a estrela cadente, vai destruir apenas o planeta inteiro (ao fundo a gente pode apreciar o Hermanoteu gritando: CORRE, NEGADA ). Tanto á...

Bastardas Inglórias

    CHEERS    O conhecimento, ao mesmo tempo que é encarado como uma dádiva também pode ser responsável pelo senso de humor mais apurado. Talvez seja amadurecimento combinado com o pensamento de Paulo Freire: Mudamos porque aprendemos. Se não existe mudança de pensamento e atitudes, não existe aprendizado.     Eu não sei em que ponto exatamente tudo mudou. Sei que as coisas começaram no momento que acatei a idéia sobre o tema do meu tcc: O olhar da mãe biológica- Sentimentos e luto da mãe que entrega o filho em adoção. Para falar disso, eu teria que adentrar primeiramente sobre a história da mulher. Sinceramente, isso não me encantava, não me apetecia, era um tema como qualquer outro. Não sei quando, só sei de quando eu percebi que me aprofundei mais do que o necessário sobre a história do ser feminino.    Peguei-me lendo e escrevendo cada vez mais sobre a temática com ajuda de Beauvoir e Badinter. E tudo o que eu pensava, tod...