
Quando a saudade de alguém bate, ligamos ou combinamos de encontrar com ela, certo? Mas o que fazer quando não podemos vê-la, tocá-la ou nem ao menos conversar? Ela partiu para sempre e eu nem dei um simples tchau. Não porque eu não quisesse e sim porque estava distante, mesmo assim, largaria tudo para despedir-me dela. Mas meus pais não permitiram. Talvez para evitar um sofrimento maior.
Dói quando se olha para trás e percebe que... perdeu. Perdeu essa pessoa. Eu sei que tudo pode acabar, mas não consigo aceitar que isso aconteceu. Sim. Aconteceu cedo demais. Antes de me ver formada em medicina para salvá-la de quem ou o quê a quisesse levar desse mundo. Vó, que falta a senhora me faz.
Apesar dela implicar comigo e de muitas brigas, eu a amava e ainda amo. Sinto falta dos cabelos branquinhos dela, dos seus olhos pretos e pequenos, das marquinhas que o tempo se encarregou de deixar em seu rosto, da teimosia, da gargalhada gostosa e das várias histórias que contava para mim e minha irmã quando éramos pequenas.
Hoje, faz um ano que a perdi. Por incrível que pareça, acho que ela está mais presente do que nunca em minha vida. A fase que estou passando agora, é difícil, mas sempre no meio de minhas crises, choros e desânimos, escuto uma voz falar: "Shhhh! Calma... calma... vai passar!" Isso me consola. A falta é grande e o choro fica preso como um nó na garganta. Voltar para minha casa e ver um espaço vazio, ver o quarto dela (que agora virou do meu irmão) me dói. Olhar fotografias delas se tornou difícil, uma tarefa que não consegui cumprir ainda.
Um ano sem ela... é como se os verões estivessem ficado mais chuvosos que de costume, o inverno mais seco de todos e a saudade tornado-se o mais cruel dos carrascos. Ainda não aprendi a perder e muito menos dizer ADEUS...
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Soltem o verbo...