Daí que eu passei no processo seletivo. Fiquei meio feliz e meio triste. Minha amiga não passou. Não por falta de competência, pois ela era uma das melhores da turma, mas por injustiça. Primeiramente me senti culpada, depois me restou um pingo de esperança que esse quadro se reverta.
Ok... tentando ter calma e sensatez para o terceiro momento que é morar na cidade. Ela fica umas quatro horas de distância do local atual em que moro. Belezinha. É um lugar pequeno, com gente simpática e talz. Não vejo problema com isso porque nunca fui muito de sair de casa. Basta eu ter um notebook e acesso à internet que fica tudo bem.
Mamãe, aquela gata maravilhosa que me colocou no mundo, falou para a minha família paterna que eu tinha passado em um processo seletivo e que, por conta da distância de Rio Branco, eu teria que ir morar sozinha na cidadezinha do interior a qual batizarei de Surucucity. Minha tia ficou desesperada. Segundo os relatos da minha mãe, ela falou o seguinte:
- NÃO! Mas ela não merece isso. De ir pra essa cidade, uma menina tão inteligente. Não vai gostar de lá. Meu deus, vou espalhar o curriculum dela por aqui (na minha cidade natal).
Todos entram em pane quando mamai dá a notícia. Mas gente, olha, tô bem, viu. Feliz pra caramba porque primeiro: Eu vou trabalhar na área a qual me apaixonei e vou fazer o que gosto ( entrar em contato com a comunidade, enfrentar lama, becos, perigos, etc.). Segundo: Tô sendo até bem remunerada pelo serviço que irei realizar. Muito difícil alguém da minha área começar com um salário bacana que nem o que vou receber. Eu gostei Surucucity. Fui bem recebida, a galere lá é supimpa.
A dificuldade de muitos é enxergar que sou uma pessoa simples. Sempre me viram ser criada em boas condições, com um certo tipo de luxo (não que eu seja de família rica, viu, seus sequestradores. Só que meus pais me davam o que tinham de melhor dentro das condições financeiras deles), só estudei em colégios particulares, quando vim para Rio Branco morar com minha irmã mais nova, morei em lugares bacanas por conta da segurança já que eu só tinha 16 anos e minha irmã 14 na época. Então as pessoas, observando isso, tiram conclusões precipitadas.
Até pela minha família, mais pela parte paterna, sou vista como patricinha. É muito estranho para todos que eu aceite ir para uma cidade não tão desenvolvida, com grande parte da população considerada carente, sem ter até empresas de médio porte, de não ter grandes lojas e por aí vai. Mas eu estou feliz. Feliz porque eu sei que meu trabalho alí vai ser útil e que estarei lá de coração. A primazia da minha profissão é prestar assistência a quem precisa e é isso que irei fazer.
Não é desmérito eu ir parar em uma cidade como Sucucucity. É uma honra, é meu ponto de partida. Meu batizado e me sinto preparada e grata pelo meu estágio ter me proporcionado tantos conhecimentos úteis que podem ser aplicados alí.
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