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Mostrando postagens de 2020

2020

   Menina do céu... eu lembro que em agosto de 2019 eu tomei uma decisão maluca: Largar meu consultório, meu emprego de psicologia, o país que moro, a cultura que sou acostumada, para viver nas montanhas. Sim, nas montanhas de Cochabamba na Bolívia. Viraria eu uma eremita? Não. Seria mais insuportável que influencer plastificada pregando amor próprio e ensinando o povo a encher o cy de desinchá e pregando a autoaceitação tendo um corpo todo padronizado com plástica: Seria eu uma mediciner.   Cá estou eu. Mais peidada do juízo que de costume, com crises de ansiedade intermináveis, cobranças duras demais para com meu cognitivo, perdendo tufos e tufos de cabelo, vitamina D em níveis baixíssimos pq, naturalmente, já não saio muito do meu quarto, pero com as aulas EAD é que não saí mesmo. Fiquei refém desse meu canto, do meu choro, do meu desespero e paradoxalmente da minha felicidade. Quanto mais despirocava para dar conta de embriologia (TE DETESTO), anato e histologia (amo), mais feliz t

Fim De Feira

      Tô muito resto de feira. Tem dias que não sei quem dia é, o que tô fazendo da minha vida, o motivo de insistir tanto em algo que só suga minha saúde mental.      Sim, eu sempre soube que fazer medicina não seria fácil. Mas olha, estudar em outro país te faz valorizar a organização do sistema educativo brasileiro. Estou capenga, fodida, triste, ansiosa, nervosa, emputecida e desgostosa com muitas coisas. Cansada dos critérios avaliativos dos meus professores ter o fundamento de, sei lá, um cocô nadando no vaso sanitário por dias. Tal como essa como essa metáfora, os critérios de avaliação não tem lógica alguma.       Só consigo abrir a boca pra chorar ou gritar que estou exausta. Então eu lembrei que esse blog é pra isso. Pra reclamar e lamuriar minhas insatisfação. BRASIL, COMO TE EXTRAÑO!      Acho que tudo piora com esse EAD em que professor vive de passar trabalhos extensos aos quais eles, médicos, não tem tempo e não se dão o esforço de corrigi-los. Quem estuda se fode, quem

Crônica de um Bar Pé-Sujo

     Esse texto é parte de um trabalho de aula ao qual teria que narrar um texto, como não encontrei, tive que parir com o fundo do meu coração e útero. Professora ainda duvidou que tinha saído de mim, mas né... isso eu posso levar como elogio: Foto: @vicent.diaz            No Brasil, bar pé sujo é o lugar onde o adulto se separa da criança, é um rito de iniciação. Um bar simples, como mesa de sinuca, com comida um pouco questionável e com mesas e cadeiras de plástico remendadas que desafiam a gravidade (OLHA SÓ ISSO, NEWTON).     Conta a lenda que uma pessoa quando senta em uma cadeira de plástico com sua cerveja na mão, não quer guerra com ninguém        Todas as tardes de uma terça e quinta-feira ela aparecia. Era o meu pedido de socorro, era minha válvula de escape. Era sempre em tardes de calor sufocante. Acre, 1000 °C. O convite? "TÁ CALOR, NÉ?"      Não era aquela mesa, cadeira de plástico, aquele copo americano que suava ao receber em seu interior aquela cerveja mais

A baixaria de um período menstrual

Eu curto muito ser mulher, sabe. Curto mesmo. O que não curto é o período menstrual. Uma época atrás, eu e minha ex psicóloga fizemos as contas de quantos dias de sanidade mental eu tenho por mês. O resultado? 07 dias. Nem eu me suporto, oh. A TPM é uma série de sintomas bacanudos ao qual eu fico me questionando se vale mesmo a pena viver: enxaquecas horrorosas, cólicas ao molho de lágrimas, minhas pernas não funcionam, lembro que tenho nervo ciático, a humilhação que é comer qualquer coisa e ter que ter um banheiro ao lado fora os desgraçamentos mentais. Eu não fico violenta para com o outro, raras vezes, fico autodestrutiva.  O período menstrual propriamente dito também é um inferno. Ficar menstruada no calor do Acre não é de Deus, minha gente. Principalmente pra quem tem fluxo intenso. E as cólicas voltam com mais forças pra fazer minha semana pior do que pensaria que fosse ser. Algumas vezes minhas pernas desencaixam do resto do corpo e ficam deitadas, cansadas da silva sauro. O en

Minha pedra ametista

Menina do céu, eu sou muito fuxiqueira e sensitiva. Até eu me choco com meus próprios poderes.

Carta a Miranda 2

A essência de Miranda Miranda, é admirável o quão pau no cy você é com seu jeito esnobe, ar de superioridade, classista, mania de sabe-tudo, fútil, desinteressante, sua ânsia por atenção. Mas também é admirável sua vontade e luta para viver. Isso te faz uma mulher chata e forte.  Sim, G.P. só queria te levar para cama. O ego do artista... que você deve entender bem. Foi deprimente o jogo dele de sedução e vc... caiu? Caiu, feito patinho. Amada, esse hômi nunca te quis. Mas ok, vc tinha 20 anos. 20 anos a gente confunde um pedaço de bosta qqr com um ser humano. A gente faz muita coisa errada. Eu sei que o contexto era outro, as épocas eram diferentes... mas se fosse eu, daria pra deus e o mundo prevenida e sem remorso.  O autor fez uma boa transição...lembrou que apesar de vc ser fresca, egoísta, infantil, classista e tantos mais outros adjetivos não tão legais, ainda assim tinha características louváveis como a fibra, a perseverança. Meio que no fim comecei a ter mais simpatia. Então,

Carta a Miranda (O Colecionador) 1

Estou lendo o colecionador (John Fowles), tava tudo indo as mil maravilhas até chegar a parte da Miranda. Em síntese, o livro conta a história de um cara chamado F. Clegg (não estou lembrada do primeiro nome dele, só do falso que ele deu: Ferdinand. Okay, vou chama-lo de Francisco enquanto não lembro o verdadeiro nome), que desenvolve uma obsessão por uma menina chamada Miranda. Certo dia ele ganha na loteria e CATAPIMBA, muda para Londresh. Mas a musa de sua obsessão não foi esquecida, entonces ele compra uma casa velha que fica umas 3 horas de distância da cidade e afastada de outras vilas com o objetivo de sequestrar Miranda e mantê-la em cárcere como se fosse tão normal como, sei lá, respirar. Ele executa o plano. O livro é dividido em três partes: Francisco Clegg, Miranda Colucci (só quem viveu RBD pega a referencia) e uma outra que se eu contar, é considerado spoiler pq corre a boca miúda que a história tem um plot twist (então nem eu sei quem é na terceira parte).

Pateta da compulsão

Talvez eu ande muito descaralhada das ideias, sabe?! Aí eu entro no ciclo de compulsões, mas o pobre não pode ter compulsões pq não tem dinheiro pra bancar. Puta merda, viu. Fica difícil, filhote. Estou abarratoda de informações numa cabeça que não para.  Já entreguei nas mãos dos orixás o meu sono totalmente esculhambado. Sdd, rotina de sono que não terei nunca mais. Toda a inquietude dentro e fora de mim me leva a um problema que tenho: compulsão por comida. Eu simplesmente engordei quase 40 kg nessa loucura de dizer que não te quero vou negando as aparências, disfarçando as evidências. Pero, all right, fiz terapia pra lidar com isso. Eis que tô lidando... migrei minha compulsão para os livros true crime, de serial killers, etc. Só que não é barato, né. E é bem específico: quero só da darkside books. Sempre tive fascinação por livros: capa, diagramação, folhas, cheiro, textura das folhas, encadernação, desenhos, layout. Absolutamente tudo em livros me encanta. A darksid

All I Ever Wanted To Be

O que combinaria mais com o 13º cigarro? Um whisky 🥃 ou um café? Queria dormir ou ficar acordada? Fazia um bom tempo tbm que seus cigarros não vinham acompanhados por lágrimas. Suspirou de alívio ao fazer essa constatação.  Quantos cigarros foram tragados até perceber que amadureceu?  O silêncio da madrugada acalmava sua cabeça. E era tão bom ser acalentada por aquela calmaria e o sopro do vento.  Em uma cidade nova, em uma vida reinventada. É muito diferente finalmente fazer aquilo que gosta mesmo perdendo cabelo, perdendo noites de sono e o tempo de assistir um filme. Era como fôlego de vida em seus pulmões. Estar no lugar e momento que gostaria de estar com a maturidade que nunca pensaria em ter... tudo era revigorante.

Aqui faz eco de tão vazio

     beleesss... okay, ando sumida. Geralmente venho aqui por dois motivos:  Estou fodidíssima da silva sauro; Estou me aventurando em algo que é totalmente "WHAT?!"     BOM... estou aqui pelo motivo dois que possivelmente me leve ao motivo 01, mas de uma maneira nem tão fodida assim.      Sim, estou mudando novamente, mais uma vez, de novo, o meu caminho. Essas horas que a gente pode culpar o signo, né? Pois é. Geminiana, prazer. Tô me lançando em algo que daqui uns dois dias provavelmente estarei com as duas mãos na cabeça gritando: "Vinhado, o que eu fiz com a minha vida?" Então logo em seguida lembrarei de Sartre e o existencialismo e repetirei: "o homem é arquiteto do próprio caminho", "o homem está condenado à liberdade" e "arque com as consequências de suas escolhas". Neste exato momento eu fico imensamente grata de ter feito psicologia e me consolo com as linhas existencial-fenomenológica e cognitivo-comp