Hoje era o terceiro dia que olhava o espelho e percebia que seus olhos ainda estava inchados. Seu rosto molhado com lágrimas por mais uma vez ter deixado aquilo acontecer. Ela não conseguia perdoar a si mesma. Ter que passar por aquilo tudo de novo e ainda mais no turbilhão que sua vida se encontrava naquele momento.
A dor rasgava-lhe a carne, lacerava seu coração e roía seu estômago. Ele não a escutava. Não fazia questão de compreende-la. Encontrava-se mais uma vez sozinha mesmo acompanhada de outrem. Ela souber ser o porto seguro daquela figura que amava, mas ele não. Ele a silenciou.
Ela viu tudo. Todos os sinais estavam alí e foram ignorados, pois pensava ela que seria diferente. Que finalmente tinha encontrado a paz que seu coração precisava apesar de ainda estar se recuperando lentamente das pancadas que tinha levado outrora. Mas tudo foi ao chão e quebrou. Partiu em milhões de pedaços e no lugar existia apenas ruínas.
Uma experiência tão ruim que não se atrevia a tentar de novo. Pensava mil vezes em propor a ele que não seria tão inerte, que não reclamaria tanto para assim tê-lo de volta. Porém, logo em seguida, mudava de ideia. Sabia que não adiantava, tinha sido claro: Ele jamais a amou. Mentiu. Enganou. Formou vínculos desnecessários ao adentrar na vida dela.
Era sufocante. Por dentro só havia eco. Já não sabia quem era. Mas tinha força suficiente para se redescobrir.
Comentários
Postar um comentário
Soltem o verbo...