...Essa é para você que sempre duvidou da minha dor, que a chamou de drama. Como doía se eu era capaz de sorrir? Era assim que você duvidava e aos poucos me acabava. Que por conta disso, sentia -me louca e inferior a todos.
Não é para você. É para vocês. Todos que me julgavam e não pegaram na minha mão para me ajudar ou que me ignoraram e nem se preocuparam em dizer ao menos: "Vai dormir, Sara".
Que a minha apatia pela vida era acomodação. Entraram na minha vida e bagunçaram tudo, deixando os destroços para que eu arrumasse sozinha. Mas que quando precisavam sempre me procuravam e eu sempre estava por perto para ajuda-los, porém quando eu necessitava de algo, fugiam.
Que a necessidade que eu tinha de que me ouvissem apenas uma vez, era frescura. Que eu era preguiçosa por nunca querer sair da minha cama e do meu quarto escuro. Que eu era infantil por pedir por empatia. Que a minha morbidez era descontrole emocional.
Eu só quero falar que... eu estava, e estou, doente, mas não enxergaram. Apenas sugaram. E agora essa loucura toda tem nome composto e todos vocês a batizaram: Transtorno Depressivo Maior. Depois de anos, finalmente fui diagnosticada.
Doeu e ainda dói.
Comentários
Postar um comentário
Soltem o verbo...