Cabô tristeza, Cabô sofrência. E restou agradecimentos e algumas lembranças de amigos. Entre tantas reminiscências, veio a de uma amizade que não tinha chance alguma de dar certo.
O nome dele é Osvaldo (nome real devidamente protegido). Conheci quando passeava entre meus 15, 16 anos ( que só completaria em meados do ano de 2007), no primeiro dia de aula. E me apaixonei daquele jeito que não dá pra andar de tanto que as pernas tremem. Mal sabia que ele estudaria na mesma sala e sentaria logo ao meu lado.
Eu lá, muito tímida, não dirigia uma palavra a ele. Até que um dia, uma amiga conseguiu que ele ficasse comigo. E para o meu grande susto, a gente começou a namorar. Até que um dia, ao subir a ladeira da minha casa, à meia luz, avistei um casal em frente da minha casa. Ao entrar na garagem, dei conta que era ninguém mais do que Osvaldo enroscadíssimo com a minha vizinha. ~PAUSA PARA MOMENTO MAYSA MATARAZZO ~ todos em choque:
1. Eu em saber que ele tinha outra namorada & ela era minha vizinha.
2. Ele em saber que eu descobrira toda a vdd naquele momento & que eu era justamente a vizinha dela.
3. Ela cagou porque não desconfiou de nada no momento, pois só entrei em casa e de lá não saí.
O ano passou e a sem vergonhice dele, diferente dos meses que se sucediam, não passava. Era um troca - troca de mulher em que entre mortos e feridos, eu fui a única que fiquei na UTI. mas tinha algo muito maior entre a gente, pois não conseguíamos ficar sem dirigir a palavra um para o outro. Sempre estávamos na mesma turma.
Eu fui embora da cidade. De certa forma me sentia aliviada por não ter que vê -lo mais. Passaram se semanas, meses e anos e Osvaldo sempre era um dos primeiros a me ligar no meu aniversário. Fez um filho na minha vizinha, me contou todo sem jeito. Apoiei. Todas Todas as vezes que voltava à cidade a qual nasci, ele sempre dava um jeito de me ver.
Lembro de estar em um relacionamento extremamente abusivo e de passar noites e noites chorando. E ele do meu lado, me deixando chorar sem emitir qualquer julgamento, também não desistia de tentar um come back. Sempre saía um não.
Os anos passaram e não importava o que acontecesse, ele sempre se fazia presente. Eu não o procurava, aliás, nunca procurei meus amigos por sempre ter sido um pouco distante de tudo.
Ultimamente, quando meu penúltimo relacionamento acabou, não teve um dia em que ele não me ligasse só para que eu não chorasse sozinha. Corriqueiramente conversávamos por vídeo conferência e ele inventava uma coisa qualquer para que eu me sentisse útil. Seja ajuda para catar alguma menina do interesse dele, seja pra escolher a roupa que ele usaria para sair ou para tocar o meu violão desafinadíssimo na fase em que comecei a reaprender a toca-lo. Também mandava email para que eu traduzisse algumas coisas , e ele podia simplesmente usar o Google translate.
Nas últimas semanas, na pior fase da minha depressão, tds os dias ligava para mim. Todos os dias velava meu choro até eu dormir. Então perguntei o motivo de toda aquela fidelidade já que ele não precisava perder tempo com meu sofrimento. Eis que ele responde com essas palavras:
" porque dentre todas as pessoas, você é única que merece. Passam-se anos para finalmente você pagar pelo que fez. Eu infelizmente te perdi como companheira da minha vida, alguém que colaborava para o meu crescimento. Depois de tudo, eu sei que te perdi. E o arrependimento foi tão grande e tão real que ainda consegui sua amizade como forma de me redimir. Mas o tempo é cruel, Sara"
Estranhamente funcionamos como amigos e irmãos. O que me acordou para vida, foi uma conversa com minhas duas amigas( que também em vários momentos me ajudaram pra caramba), mas não posso descartar o companheirismo dele nos dias tempestuosos.
P.s.: Cês "perdoa" os português porque tô escrevendo pelo celular já que meu notebook fez favor de queimar.
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