Eu tenho uns insights nos lugares e situações inusitadas. Tipo House, sabem? Hoje tinha tudo para ser mais uma tarde de sofrimento silencioso, pero no. Deus viu que estava muito quieta para o gosto dele e meteu não só o dedo, mas o corpo inteiro.
Minha tia me liga avisando que tenho que ir ao meu psiquiatra ( CALMA GENTE! É pra cuidar das minhas psicossomatias) e eu achei divino pq eu tinha que ir fazer a manutenção do meu aparelho ( há 3 semanas tento resolver isso, mas o inesperado sempre acontece, néam?) no mesmo horário da consulta, só que não. Consegui adiantar o horário do médico, me libertei das amarras da preguiça e parti para o centro da cidade.
Chego no prédio do meu psiquiatra, rodo a maçaneta e tcharãmmm.. fechado, closed for love. Apertei as 10 campainhas do interfone para achar a sala dele e finalmente abrir a porta. Resultado: 30 minutos de atraso. No caminho do terminal, o quê acontece? CHO-VE ACAVALADAMENTE. Divertido porque eu teria um dentista pra ir ainda e no relógio JÁ ERA 5 HORAS? Esperei a chuva passar um pouco e segui meu caminho.
Pego ônibus e por sorte consigo sentar-me. Observei um menino mostrando para o amigo um anel- “Para dar a minha namorada.” ele dizia- me veio à cabeça que a minha situação emocional. “Não teria como dar certo. Afinal, eu não fui a única e acho que nem serei.” pensei ( Se virem vcs para saber sobre quem/ quê pensei). Segurei o choro. Muito bem comportada, já acostumada com o baque das dores de sempre. Eis que senta ao meu lado um amigo de longa data e me conta a história com a namorada dele, que olha, eu acompanhei certas partes do romance de perto e posso dizer que não foi fácil. Chorei.
Não foi às margens do rio Piedra, foi apenas num lugar mais pobre, mas chorei, chorei copiosamente, chorei de soluçar porque tudo o que sinto estava doendo, me maltratava e sinceramente, ser letárgica diante a isso nunca amenizou nada. Dizer que está tudo bem sem estar, é fechar os olhos é presenciar a dor consumir cada pedaço que me restava. Só agora percebi. Lembro de um fato contido nesse texto: Beatrice em si. O meu eu-lírico grita nessa descrição da personagem. Meu amigo cuidadosamente encostou a minha cabeça em seu peito e me fez o cafuné que eu tanto gostava quando tinha meus 15 anos.
- Vitor, é engraçado como todos os meus ex se dão bem 5 minutos após o término do namoro. Arranjam novas namoradas rapidamente, são felizes. Mas eu? Apesar de tentar ficar bem, de ser feliz, sou um fiasco.
- Sara, escuta, o problema é que você só ama pessoa burra. Tanto que depois que eles te perdem, arrependem-se e se tocam do que perderam.Vão atrás de você. Eles são felizes porque levaram um pedaço teu e você é triste porque perdeu as melhores partes e não teve nada em troca.
E foi assim que a conversa acabou… saí do ônibus e no caminho mais chuva. Chorei, mas me contive mais porque né, estava indo ao dentista. Saí de lá e mais chuva me pega no caminho. Procurei uma rua mais deserta dalí, pois um ex mora próximo do local que faço manutenção ( não, não é por ele que houve esse chororô.), sentei em um calçada e chorei mais uma vez. Ora de saudade, ora da tortura psicológica que é ser eu. Tirei meu celular da bolsa, apertei os números correspondentes ao celular daquele que se diz meu pai e faltou pouco para finalizar a discagem. Pouco mesmo, fui distraída pela queda do meu outro celular. Eu não falo mais com meu pai, não sei se sabem. Iria ligar para ele comprar minha passagem com destino a CZS, minha terra natal. Com meu pai não ficaria, tenho a casa do meu avô e da minha amiga. Não tô boa, gente.
Só sei que até agora estou chorando e prevejo a bela bosta que vai ser 2012. Só queria dormir, um rivotril eterno. Sei lá.
JÁ PODE BEBER??? Porque morrer ainda não tô podendo muito não.
"Pessoas que a gente desenterra de vez em quando pra ter certeza que fizemos a melhor escolha enterrando elas.”. Não permaneça nessa inércia.É um martírio opcional =)
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